Ana Kiffer começou a escrever aos seis anos e nunca mais parou. Se graduou em psicologia, mas não teve jeito e acabou fazendo mestrado e doutorado em letras. Dizem por aí que a literatura a salvou. Mesmo que a sua predileção sempre tenha sido por autores que não foram salvos. Por nada, nem por ninguém. Um pouco da experiência da loucura sempre habitou o seu mundo da literatura. Por isso foi para a França fazer doutorado sobre Antonin Artaud. Autor que até hoje lhe persegue. Há muito tempo sonha com esses livros enjaulados, de poemas abandonados. Desde que voltou a eles, outros começaram a surgir. Anda dizendo que destampou. É professora associada da PUC-Rio. Colaborou com a revista CAIS. E com a revista Vera K. Ali publicou poemas e fotos. Fundou com amigas e colegas a revista DR. Sua pesquisa atual é sobre cadernos. Sempre fuçou os limiares ou as passagens entre o traço poético e o plástico. E as relações entre os corpos e a escrita. Tiráspola é seu primeiro livro de poemas. Sua publicação acontece simultaneamente à Desaparecimentos, com os dois livros em um só objeto.
 
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O livro foi todo finalizado manualmente: sua blocagem, a colagem das lombadas, a colagem das linhas nas suas duas capas e, finalmente, o encaixe de uma capa em acrílico transparente. Diferentes e incopiáveis composições de linhas foram feitas, por isso cada capa é única. E ele não tem fim, nem quarta capa – os dois títulos estão em um só objeto. Basta virar esse objeto e começar a ler Tiráspola ou Desaparecimentos.