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Tá uma loucura. Vai, confessa pra si mesma: viver no Brasil tá uma loucura. Acordamos com um golpe depondo a primeira presidenta eleita no país. Foi piscar o olho e tem secretário de cultura encenando discurso nazista em rede nacional.     

 

A saga, novo livro de gabriela perigo, reposiciona a aventura tortuosa que é viver os últimos anos no Brasil. Desculpa, mas aqui nós não vamos sofrer só de problemas pessoais. No livro caminhamos de forma não linear pelos recentes acontecimentos políticos do país. O jeito escolhido para tratar o horror é justamente o jeito que este horror nos foi anunciado: memes, jargões, frases de efeito povoam uma poesia interessada em se aproximar da oralidade e do universo das redes sociais.

 

Apesar de não ser uma narrativa pessoalista, o livro explora a relação de gabriela com seu entorno. Ele mastiga, mas não digere a história. Ele vive. Um corpo atônito e furioso. Atento. Entre o real e o virtual, a ironia e os fatos, o chiste e a lamúria, o livro registra um país que desmorona entre suas mãos.

 

Diferentes procedimentos são empregados na construção do texto: apropriações, deslocamentos, repetições. Mas essas escutas não são desafetadas. Há certa melancolia, por exemplo, na atenção especial à cartografia do subúrbio do Rio de Janeiro. Com isso, algum lirismo tensiona a escrita processual e experimental a que o livro se propõe.

 

Dois outros objetos podem acompanhar o livro, um jornal e uma bandeira – plataformas tradicionalmente usadas em manifestações políticas. Como o livro, o jornal opera apropriações e remixagens, mas agora também com imagens. Extratra: o universo memético do texto se une a prints de navegação no GoogleMaps em suas páginas. E a bandeira declara um dos versos de gabriela. Convidamos você a pendurá-lo na sua janela. O desejo é amplificar o debate, levá-lo para outros espaços, testá-lo em outras linguagens. 

 

Projeto gráfico de Giovanna Langone.

 

 

 

a saga | gabriela perigo

R$ 50,00Preço
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