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Primeiro livro do compositor e músico Pedro Cassel, kiwi é uma investigação afetiva, uma constelação de experiências e memórias. Ou então, a prestação de contas de uma criança viada dos anos 1990 diante de sua geração. Entre a ironia e a melancolia, os poemas visitam o desejo através de diferentes caminhos, desde a meninice dançando com as primas, até a solidão no apartamento com chão de parquet.
Apesar de ser um livro nada linear, onde poemas sobre a infância se intercalam com poemas eróticos e de amor, kiwi recorre à certa narratividade, principalmente por meio da seriação: poemas longos destrincham os temas com profundidade, operam saltos, percorrem trajetos.
Enquanto se lê, é possível ouvir as vozes de Rihanna, Elis Regina, Marisa Monte, Bjork. Como se estivéssemos caminhando à beira de um rio escutando num discman – depois num mp3, depois num iPod – as memórias da geração de Cassel. Em outros momentos, estamos numa balada confusa, as luzes néon piscando, uma vontade de deitar no chão.
O livro degusta o desejo e o tempo. Ou melhor: mistura desejo e tempo. Sem simplismos nem jargões, apresenta uma poesia doce e ácida.
E assim transforma questões que a princípio poderiam se limitar a uma experiência específica em questões comuns a muitos.