mídia, mistura: a edição de poesia e o objeto livro

Uma investigação lúdica das potencialidades do objeto livro em sua relação com a poesia. O curso pretende pensar as relações entre a textualidade de um poema (ou conjunto de poemas) e a materialidade que ele assume quando publicado. Partimos do pressuposto de que, muito diferente de qualquer espécie de “embalagem”, um livro deve nutrir-se dos poemas que envolve ao mesmo tempo que lhes dá forma. Por isso, a partir de uma rápida contextualização de algumas questões teóricas ao redor da mídia livro e de uma introdução aos elementos gráficos fundamentais, discutiremos os limites tradicionais do objeto livro, analisando exemplos de publicações que desafiam esses limites. A partir disso, os participantes serão convidados a esboçar um projeto gráfico baseado em um pequeno original; e, posteriormente, a dar materialidade a esse projeto, testando-o. 

Os encontros propõem uma investigação coletiva sobre o objeto livro como espaço de pensamento crítico – pensamento, ao mesmo tempo, teórico e prático. 

Aula I – quinta, 07/novembro

18h às 21h

pensando um livro: etapas, objetivos; o livro enquanto mídia: noções básicas; o limiar na forma livro: o status problemático das fronteiras midiáticas no discurso sobre a intermidialidade (Irina Rajewsky); preparação de original e crítica literária;

Aula II – quinta, 14/novembro

18h às 21h

noções básicas de design gráfico: os componentes do livro; a página: margens e grades; introdução a tipografia; tipos de papel e suas gramaturas; métodos de impressão; levantamento e análise de publicações independentes e seus projetos; 

Aula III – quinta, 21/novembro

18h às 21h

oficina: os integrantes esboçarão coletivamente e intuitivamente, durante a aula, um projeto gráfico para um original de livro de poesia, que será lido e discutido também coletivamente durante o encontro. 

Aula IV – quinta, 28/novembro

18h às 21h

oficina: o projeto idealizado no encontro anterior será realizado coletivamente, seja digital ou manualmente. 

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Juliana Travassos é bacharel em Literatura Brasileira (UNIRIO) e mestre em Teoria Literária e Literatura Brasileira (UFF), com pesquisa sobre formas híbridas na poesia brasileira contemporânea. Em 2016, cofundou a Garupa, iniciativa de publicação e mobilização literária, onde editou, entre outros, O limite da navalha, de Italo Diblasi, O Martelo, de Adelaide Ivánova (vencedor do Prêmio Rio de Literatura 2018) e Mugido, de Marília Floôr Kosby (finalista do Jabuti 2018). Deu palestras e participou de debates em espaços como a COART - Uerj, o CMAHO, o Real Gabinete Português de Leitura, entre outros.